Meet the Team – Ramón Alcalá
MEET THE TEAM – RAMÓN ALCALÁ
- Qual é a sua posição na BNZ?
Atualmente, colaboro com a BNZ enquanto Engenheiro Solar de Energia Fotovoltaica. Ajudo a equipa a desenvolver os aspetos técnicos e relacionados com a área de engenharia dos projetos. Sou também responsável por supervisionar matérias relacionadas com engenharia nos vários projetos em construção.
- Há quanto tempo trabalha no setor das energias renováveis?
Há cerca de 30 anos. Desde 1995, quando comecei a trabalhar na Elecnor, que tenho estado envolvido no setor da distribuição elétrica e das energias renováveis, gerindo de forma transversal projetos de energia fotovoltaica, eólica e térmica, assim como a construção de redes de distribuição elétrica de média e alta tensão.
Desde 2016, tenho estado principalmente envolvido em projetos fotovoltaicos de larga escala, desempenhando tarefas de engenharia básica para concursos e engenharia de detalhe para construção em empresas líderes como o Grupo Cobra, Abengoa e Empresarios Agrupados.
Os últimos sete anos representaram para mim uma reciclagem necessária na tecnologia existente (painéis solares, inversores solares e rastreadores solares) e nas soluções construtivas e melhores práticas de aplicação na construção de centrais fotovoltaicas de larga escala.
O desafio para o futuro é continuar constantemente informado, já que todos os anos surgem novos desenvolvimentos.
- Como considera que a indústria solar tem mudado nos últimos anos?
O aspeto que mais se destaca é o facto de a energia eólica e a energia fotovoltaica terem passado por desenvolvimentos tecnológicos e de otimização de custos significativos. Pode dizer-se que estas duas tecnologias estão maduras e são competitivas em comparação com outras fontes de energia convencionais, que são mais caras e estão sujeitas a tensões geopolíticas. Isto permitiu uma expansão global da energia eólica e fotovoltaica, com mais de 1.200 GWp instalados em todo o mundo até ao final de 2022.
Por outro lado, estão a ser desenvolvidas fontes de energia alternativas ao petróleo e ao gás, como o hidrogénio verde e os combustíveis ecológicos. Estas fontes de energia alternativas terão um papel importante a desempenhar no futuro em setores difíceis de eletrificar, como a agricultura, os transportes terrestres, a aviação, os transportes marítimos, o aquecimento industrial, entre outros. Para produzir estes combustíveis, é necessária uma grande quantidade de energia renovável, que pode provir de energia fotovoltaica.
As bases estão lançadas, a energia fotovoltaica vai ser uma das principais fontes de energia primária e o complemento necessário para o desenvolvimento de todos estes projetos de energias alternativas.
- Quais são os principais desafios para a indústria solar nos próximos anos?
Destacaria três aspetos técnicos principais relacionados com a rede elétrica. Por um lado, a integração das energias renováveis na rede elétrica, proporcionando estabilidade e serviços de elevado valor à rede. Por outro lado, a gestão dos excedentes e o armazenamento de energia (baterias ou por bombeamento reversível). Além disso, destaco o transporte de eletricidade a longas distâncias e com baixas perdas, assim como a interligação de redes.
No caso específico de Espanha, que tem sido historicamente uma ilha energética, as ligações a França e a África são particularmente importantes.
- E a longo prazo?
Diria que, a longo prazo, o desafio estará centrado nos mercados, que serão mais globais, mais diversificados (tanto em termos de produtos, como de atores), mais dinâmico, mais interligados, mais complexos e mais inteligentes.
- O que diferencia a BNZ dos seus concorrentes?
Pessoalmente, prefiro não olhar para outras empresas do setor como concorrentes. Dessa forma, poderíamos perder oportunidades de cooperação muito interessantes. O know-how e o compromisso da equipa são dados adquiridos e são cada vez menos um fator de diferenciação num setor que conta com fantásticas empresas e profissionais. Desta forma, diria que os valores ESG serão um dos aspetos diferenciadores que irão justificar o sucesso da BNZ. A BNZ tem uma filosofia de investimento que integra critérios de responsabilidade ambiental, social e de governança, nos seus processos de avaliação, análise e seleção de projetos.
- Onde imagina a BNZ nos próximos 5 anos?
Nos próximos 5 anos, a BNZ estará a operar a sua carteira de projetos fotovoltaicos atualmente em desenvolvimento e construção em Espanha, Itália e Portugal, que totalizam aproximadamente 1,5 GWp. Certamente que alguns projetos de armazenamento de baterias e outros novos desenvolvimentos serão adicionados ao longo do caminho, que iremos percorrer passo a passo.
- Que países estão a fazer maiores investimentos na energia fotovoltaica?
Por ordem de importância, China, Estados Unidos, Japão, Índia, Alemanha, Espanha e Itália.
A capacidade fotovoltaica instalada em todo o mundo é de, aproximadamente, 1.2000 GWp, com a China a liderar o mercado, com 416GWp instalados. Em segundo lugar aparece a União Europeia, com 210 GWp, seguido dos Estados Unidos com 142 GWp. Logo atrás estão o Japão com 85GWp e a Índia com 80 GWp. Dentro da União Europeia, a Alemanha lidera o bloco comunitário com 68 GWp, seguida da Espanha com 27 GWp e da Itália com 25 GWp.
Espanha, Itália e Portugal têm a maior quantidade de recursos solares da Europa. Desta forma, nos próximos anos, a energia fotovoltaica nestes países irá tornar-se na principal fonte de energia renovável na União Europeia, uma vez que será nestes três países que se irá produzir a energia renovável mais barata.
Para além disso, a disponibilidade de energia limpa e barata será, no futuro, um fator de localização para as indústrias com utilização intensiva de energia e para o desenvolvimento de outras fontes de energia alternativa, como o hidrogénio verde ou os combustíveis ecológicos.
Vejo um futuro promissor nos próximos anos nestes três países, que são precisamente os mercados onde a BNZ atua.
- Que pedido faria à administração pública para promover as energias renováveis?
Pediria para simplificar os processos burocráticos e agilizar a tramitação dos projetos.
- E ao resto da população?
Pediria que alterassem os seus hábitos de consumo para promover o uso de productos ecológicos, eficientes e produzidos com recurso a energia limpa.
- O que faz no seu quotidiano para reduzir a sua pegada de carbono?
Tento controlar diretamente os consumos de eletricidade, água e gás em casa e também prefiro usar os transportes públicos ou andar a pé. De forma indireta, evito o consumismo e tento comprar apenas aquilo que é necessário. Quando tenho que trocar algum eletrodoméstico ou aparelho, dou especial atenção à eficiência energética dos aparelhos. Faço reciclagem, especialmente de embalagens de plástico, papel e vidro. Cada um de nós tem um papel importante a cumprir na lógica da economia circular, pelo que tento ter atenção a estes pequenos atos todos os dias.
Em detalhe
- Um passatempo: Fazer caminhadas, para aproveitar a natureza. Se estiver acompanhado pela família, ainda melhor.
- Um país para viajar: Ainda tenho muito de Espanha por descobrir.
- Uma cidade para viver: Sevilha, pelo seu clima, beleza e as suas festas locais.
- Um animal: Da Península Ibérica, o lobo, pela sua astúcia, e o touro bravo, pela sua coragem.
- Um filme ou série: “El Hombre y la Tierra”, de Félix Rodríguez de la Fuente.
- Um livro: “O Principezinho”, de Antoine de Saint-Exupéry.
- Um tipo de gastronomia: Não tenho preferência, gosto de variar.
- Uma personalidade histórica: O físico francês Alexandre-Edmond Becquerel, considerado o criador do efeito fotovoltaico, ou Charles Fritts, que criou o primeiro painel solar em 1883.
- Uma cor: Azul, ao amanhecer.